sábado, 23 de fevereiro de 2008

Argumentos Bioquímicos

As provas bioquímicas apoiam a evolução na medida em que reforçam a ideia de origem comum dos diferentes grupos de seres vivos. Estes argumentos baseiam-se:
- na semelhança existente entre os compostos químicos orgânicos (ex.: no numero e sequência de nucleótidos de DNA e no numero e sequência e tipo de aminoácidos das proteínas.
- nas vias metabólicas comuns (ex.: síntese de proteínas, processos respiratórios e modos de actuação das enzimas)
- na universalidade do código genético e da ATP como energia biológica utilizada pelas células.
- nas reacções sorológicas, baseadas, também, nas reacções específicas entre antigenes e anticorpos, importantes para o esclarecimento de ralações filogenéticas através da interpretação dos mecanismos de aglutinação.

Neodarwinismo

O desenvolvimento dos conhecimentos da genética no estudo das populações dos seres vivos e as novas descobertas sobre hereditariedade permitiram reinterpretar a teoria da evolução de Darwin, sintetizando e correlacionando os diversos conhecimentos das áreas da genética, da citologia e da bioquímica.
Desse síntese surgiu, em meados do séc. XX, uma teoria evolucionista mais consistente, que ficou conhecida como teoria sintética
da evolução ou neodarwinismo, que pode resumir-se nos postulados:
- Os cromossomas são as estruturas que transportam os genes responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres do indivíduo.
- A ocorrência de mutações, génicas e cromossómicas, aumenta a variabilidade genética, podendo
conduzir ao aparecmento de novos genes responsáveis por novas características.
- A meiose, durante a qual acontece
a separação dos cromossomas homólogos e o crossing-over, conduz ao aparecimento de novas combinações genéticas nos gâmetas.
- A fecundação dá origem a uma descendência com múltiplas combinações, o que se reflecte numa elevada variabilidade de características.
- A selecção natural actua sobre a grande variedade de descendentes, que é assim influenciada pelo meio ambiente.
- As populações podem, assim, adquiri novos conjuntos de genes, aprofundando nas gerações seguinte, as alterações do seu fundo genético, evoluindo de uma forma lenta e gradual.

Selecção natural, selecção artificial e variabilidade

O homem, através das suas acções sobre o ambiente, altera equilíbrios que podem conduzir a modificações nos mecanismos de selecção natural. No exemplo anterior, verifica,os que foi a poluição, provocada pelos fumos industriias derivados do carvão, que conduziu à morte dos Líquenes e ao escurecimento dos troncos das árvores. Este factor provocou uma alteração profunda na população de borboletas. O uso indiscriminado de pesticidas e antibióticos leva ao aparecimento de populações resistentes e esses mesmos produtos. As novas estripes criadas passam a desenvolver-se na presença desses produtos, o que provoca mudanças profundas nos mecanismos de selecção natural. A destruição de habitats e a introdução de estranhas aos ecossistemas conduzem a alterações nas cadeias teias alimentares, rompendo equilíbrios antigos que podem fazer com que determinada espécie que estava perfeitamente adaptada a um ambiente, deixe de o estar e seja eliminada pelos novos mecanismos de selecção natural que entretanto se estabeleceram.
Desde tempos antigos, através do cruzamento de animais e plantas, o ser humano produziu variedades com características favoráveis aos mais diversos fins. Por exemplo, a obtenção de variedades com maior capacidade de produção de leite através do cruzamento de de fêmeas boas produtoras de leite com machos filhos de excelentes produtores de leite e cruzando-os, posteriormente, entre si, os descendentes considerados melhores produtores. Este tipo de selecção feita pelo ser humano de acordo com os seus fins e interesses designa-se por selecção arficial. Até ao séc. XX, a selecção arficial fazia-se através do controlo dos cruzamentos como via de melhorar o rendimento das variedades. A partir daí, à medida que os conhecimentos genéticos evoluíam, surgiam novas técnicas como a hibridação de espécies selvagens de plantas na obtenção de variedades hídricas muito mais rentáveis e a manipulação genética, que permitiu a obtenção de organismos geneticamente modificados (OGM). Está ainda por determinar o impacto destas variedades hídricas e as modificadas geneticamente sobre os ambientes naturais, de que modo alteram as cadeias alimentares dos ecossistemas e interferem nos processos lentos e graduais de selecção natural.